Aqui e agora é difícil equilibrar. Ser equilibrada.
Aqui e agora acontece muito, mas não acontece nada.
Aqui e agora vive-se para o futuro. Cada dia éum novo dia, por mais que se tente aproveitar
cada dia e o que cada dia nos pode trazer de melhor, vive-se sempre para o
amanha.
Amanha vai ser melhor. Amanha é diferente. Amanha vou pensar
no outro amanha. E assim se passa. Hoje não sinto. Amanha. Amanha e mais outro
amanha. Hoje não digo. Amanha.
A vida é fodida. E devia ser tudo mais simples. E eu tento
continuar simples e positiva nos ‘amanhas’ que são hoje. Mas hoje não esta a
ser fácil. Nunca é. Por isso… o amanha tornou-se o meu melhor amigo.
A esperança é a ultima a morrer.
Amanha sinto. Amanha digo. Amanha é melhor. Se não for… há o
depois de amanha. E depois de depois de amanha….
terça-feira, 22 de abril de 2014
quando trabalho passam-me mil coisas pela cabeça que poderia dizer aqui. que gostava de dizer aqui. mas depois chego e.... ja nao me sai nada.
vou começar a andar com um gravador no bolso. pode ser que resulte.
desde á muito tempo que sempre tive complexos com o sitio de onde vim. onde cresci. nao significa que nao goste dele, adoro-o e nao o troco por nada. nao significa que nao goste da minha casa. é minha e é o unico sitio onde sei que é certo voltar. todas as outras sao temporarias e de passagem.
nao me envergonho das minhas raizes, mas sempre fui insegura em relação ao que pudessem pensar ao conhecer o sitio de onde venho.
ha uns tempos vi-me obrigada a passar esses complexos e fazer uma festa ca. correu bem melhor do que esperava e toda a gente adorou. tenho os pais mais queridos e tranquilos de sempre. e nao me posso queixar.
desta vez vou repetir. com pessoas que me sao bem mais importantes e chegadas. tenho medo e receio que conhecam as minhas origens. que nao gostem. que se desiludam.
sou sempre demasiado insegura com isto.
a verdade é que o sitio de onde venho é simples. tal como eu.
aqui somos todos simples. e se na nossa casa as coisas nao estao ainda da maneira que queremos sabemos que o tempo nos ajudará a chegar la.
somos simples e felizes.
continuo insegura com o que elas possam pensar ou sentir. mas no fundo, se nao entenderem de onde venho tambem nunca me entederam a mim.
os primeiros beijos sao sempre mais intensos e especiais que todos os outros. os primeiros beijos sao muitas vezes impulsos genuinos e que nao temos coragem nem tempo de negar.
sao especiais e importantes. mesmo que sejam os unicos.
eu gosto de primeiros beijos e de sentir a intensidade que neles vive e muitas vezes se intensifica logo nos segundos imediatamente aos labios se tocarem a primeira vez.
os primeiros beijos sao verdadeiros.
os primeiros beijos sao.. os primeiros. e isso da-lhes sempre um peso que os outros beijos nao teem. porque nunca se sabe onde o amor pode estar escondido... e ás vezes basta um beijo para o perceber.
quem espera sempre alcança.
quem espera desespera.
entendam-se la nessa coisa dos proverbios, que a espera é uma seca e ja nao sei o que pensar. nem o que fazer. nem o que responder quando me perguntam quando vai ser.
quero tanto saber como nao quero.
quero tanto ir como nao quero.
quero mais do que nao quero.
preciso saber o que é isto que procuro à tanto tempo. mas nao preciso nada saber que deixo ca demasiado à minha espera. sinto que nao tenho esse direito. nao quero ter essa responsabilidade. mas ao mesmo tempo quero e faço questao de ter.
é tao... ambiguo e dificil.
a partida devia ser tao feliz quanto a chegada. talvez seja facil para mim, que vivi a vida toda a ir ao aeroporto buscar e levar o pai que no fundo nunca conheci. sei e reconheço que isso nao é vida. ainda hoje olho para a minha mae e penso como foi possivel viver toda a vida num romance intermitente. é admirável. nao quero ter de fazer ninguem passar por isso. sinto-me mal ao pedir para me esperarem. sinto-me ainda pior ao pedir para nao me esperarem.
Acima de todas essas coisas que tenho para te (d)escrever Estão todas as que nem sei como serão ditas. Todas essas palavras se afogam no suor das palmas das nossas mãos E nessa maneira única de te sentir, Como se me rasgasses a Alma nessas rajadas de arrepios cálidos.
Talvez por isso te escreva sem pretensões... Talvez por isso nem escreva nada.
Não me sente escrever apenas Se nas palavras não te tocar Um beijo.
(E bem que me podes beijar... É assim que te sinto.)
Tão bem que te sinto!
Acima de todas essas palavras que nem sei como serão ditas, Estão todas as páginas que arranquei. (Não tenhas medo, Só queria que fosse exímio.) Foi somente dentro do teu corpo que moldei a minha escrita, E agora nada escrevo.
porque as palavras nao me saem. porque, tal como ela diz e muito bem: "Foi somente dentro do teu corpo que moldei a minha escrita, E agora nada escrevo.
Não foi falta de inspiração,
O que nos (d)escreve é simplesmente Amor."
e perante isto.... perco-me em sentimentos e emudeco deslumbrada pelo que sinto.
confesso que quando apareceu me irritava. depois acho que me fui habituando áquele jeito triste e malancolico dela.
agora voltou e deixou-me de boca aberta.
Adoro! Amo! está Genious! e subiu muito na minha consideração!
terça-feira, 29 de outubro de 2013
a falta de tempo faz-me nao conseguir parar muito aqui. nao o suficiente, nao quanto queria.
sempre que consigo parar por aqui nao consigo escrever. nao tenho muito para dizer, é um facto. mas as vezes é mais facil. e ultimamente nao tem sido.
nao tem sido facil parar. no entanto sinto que nao tenho andado para lado nenhum. nao tenho feito nada de mais. nao tenho estado com quem deveria estar. nao tenho dado atenção a quem devia dar. nem a mim propria.
despedi-me do meu trabalho. foi a unica coisa que fiz de verdadeiramente importante ultimamente.
no entanto agora sinto-me um bocado perdida. preciso encontrar o meu rumo. preciso começar a fazer algo por mim. algo que saiba que me vai dar um futuro. uma carreira. perspectivas de futuro. perspectivas de ser alguem.
aquilo que quero sei que vai demorar tempo a acontecer. bastante tempo. portanto ate la preciso arranjar algo que me preencha e me faça feliz. me faça sentir minimamente realizada e a fazer coisas por mim. ou pelo menos algo que me permita fazer coisas por mim.
nao sei.
mas hei-de descobrir.
tenho andado ausente disto, nao tenho tido tempo nem paciência para escrever (nem muito para dizer, confesso)
o trabalho mantem-me ocupada e a equipa tem-me ocupado cada vez mais. estou afastada da maioria dos meus amigos, nao por querer mas por nao conseguir conciliar tudo. o facto de termos o nosso primeiro jogo marcado para daqui a umas semanas faz com que a pressao seja cada vez maior, e baldar-me agora está fora de questao... mas tenho muitas saudades dos meus maigos e estou MESMO a precisar de uma noite à séria e de um jantar em que se fala de tudo e mais alguma coisa...
enfim, faltas de tempo à parte... e sem muito para dizer, partilho apenas que tenho que mudar de emprego rápidamente (sim, outra vez)...
tenho uma necessidade incontrolavel pelo novo e desconhecido, e preciso estar em constante movimento para me sentir util... se estou muito tempo no mesmo sitio e as coisas começam a sair-me automaticamente entao ja nao estou bem ali... infelizmente acontece-me demasiadas vezes, nao sei o que fazer quando for grande se tenho este péssimo feitio para ficar parada num sitio. uma coisa eu sei, deificilmente vou ser efectiva numa empresa....
nao sei porque estou para aqui a falar da minha vida, mas apetecia-me escrever, e nao consigo escrever coisas paneleiras porque tenho demasiadas coisas a acontecer dentro de mim... mas tambem nao escrevo coisas tristes porque tristeza é a ultima coisa que tenho sentido nestes ultimos tempos.
portanto escrevo so porque sim.
e porque me apetece.
Não há muitas definições convincentes de felicidade. É mais fácil procurar pela palavra sorte. Sorte é aquilo que achamos querer ou, quando temos mesmo sorte, achamos ter. É feliz quem prefere ficar em casa. É feliz quem tem uma casa onde prefere ficar. É mais feliz ainda quem tem alguém com quem prefira ficar em casa. A casa até nem pode parecer grande coisa - mas é. Como pode deixar de ser grande o sítio no mundo aonde nunca queremos ir só para visitar ou conhecer: o único sítio do mundo para onde queremos sempre voltar e ficar?
MEC
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
para nos nao ha palavras. nao ha descriçao possivel para o que temos. o que sentimos. tal como dizes, as palavras nao chegam, por isso é que existem sentimentos. gosto disto. gosto de ti. gosto de nos. gosto dos nossos sorrisos tolos. gosto dos nossos silencios. gosto da nossa cumplicidade. gosto da forma como nos abraçamos. como nos agarramos. como somos cumplices.
gosto de ti. e gosto de gostar de ti.
e gosto de nos.
gosto da pessoa que sou contigo. gosto de sorrir contigo. gosto de andar de mota contigo. gosto de andar de carro contigo. gosto de te conduzir. gosto do teu abraço. gosto das noites que sao nossas. gosto dos dias que se vao prolongando connosco. gosto do 'Papoy' e de tudo o que dizes com aquela voz que so da vontade de dar beijinhos. gosto de 'cantar' contigo. gosto quando me cantas ao ouvido. gosto quando me fazes arrepiar. gosto de tudo o que me fazes. gosto de te fazer gostar de mim.
podemos nao saber ao certo de que é que gostamos afinal, ou por quanto tempo vamos gostar, ou onde é que isto nos vai levar.
mas de uma coisa tenho a certeza,
gosto de Nós.
meu querido Portugal, gosto muito de ti, mas cada vez dás-me mais motivos para vir ca so passar ferias e ver a familia e os que ficam.
hoje so para mudar umas ligaduras tive que andar (coxa) a subir e descer ate as 15h para conseguir os papeis que me davam direito de aceder ao centro de saude.
claro que no meio disto e de muita incompetencia tive que fazer 3 reclamações no livro e aborrecer-me sem motivos nenhuns.
Ai Portugal Portugal... eu gosto tanto de ti, mas assim nao!
acho que nunca tinha tido um acidente assim lixado, uma cena em que ficasse com arranhoes ou coisas mais graves. desta vez fiquei.
nao é nada, podia ser pior (pode sempre), mas incomoda.
é um incomodo fodido e com o qual nunca tive de lidar e agora tenho de aprender, mas há cenas que preferia nunca ter de saber.
enfim, a vida está sempre a ensinar-nos coisas. tenho que prender a desviar-me dos buracos!
agora vou ver se descubro filmes e series para me manter entretida. e a sorte é que o tempo mudou e nem sequer preciso ter pena por nao estar na praia... pelo menos ha coisas boas!
hoje acordei pop. sorri como ja nao sorria ha muito. ri e aproveitei o dia. corri e continuei a sorrir.
ser pop de vez em quando faz-me bem.
ja nao me lembrava disto. mas é uma boa terapia. sem duvida!
(e fica bem com os dias de sol)
acordo e só me apetece raptar-te. levar-te. sem saber para onde. simplesmente ir. contigo. deixarmo-nos ir e nao pensar em mais nada. como em tempos me deixaste fazer. como em tempos fomos felizes a fazê-lo.eu pelo menos fui. e tu tambem parecias ser.
nao te compreendo. mal te conheço. nao vou deixar que isso influencie no que nao sei que sinto por ti. porque nao me deixas sentir-te. mesmo assim sei que sinto saudades tuas. e tenho medo de to dizer porque tenho medo que nao sintas o mesmo. se calhar devia dizer-to. mas nao tenho direito de te dizer o que quero. porque tu fizeste a tua escolha, e por mais que me custe, tenho que aprender a respeitar-te e dar-te espaço. sou paciente. nao sei ate quando te espero. mas espero-te. enquanto aquilo que nao sei o que é continuar a fazer-se sentir dentro de mim.
ate la continuarei a sentir saudades tuas, e a imaginar-te comigo a fugir por essa estrada fora. e imaginar que sorris e aprecias as coisas que te mostro.
um dia rapto-te.
quinta-feira, 9 de maio de 2013
o
que fazer quando tudo corre mal. e a solução é afundar ainda mais a
péssima condição de não fazer nada durante algumas horas seguidas. des cul pa me culpa-me. mandar
tudo à merda. ir para uma ilha e deixar que a vida passe por mim. hoje
aqui ao longe vejo o fim do filme. com as cenas, os bloopers, as cenas
repetidas, os momentos de humor e os de choro. drama drama drama queen. que
se foda o drama e o teatro e as merdas de amigos que tens e as merdas
de textos e as merdas adolescentes. manda tudo à merda. dizer asneiras é uma forma tão poética de ser violentamente cruel. culpa.me. te dejo. des culpa-me saí do quarto. esperei pela minha vez. corre meia hora. corre meia hora e faz alguma coisa por ti. há
uns anos atrás, no inicio do filme, momentos antes de começar a
verdadeira história começava o romance... fui correr 10 km com a
motivação e a falta de sono de uma noite tão bem passada. as imagens, o cheiro que ainda tinha no meu corpo motivavam-me a
não parar. a chegar ao fim, quanto mais não fosse para no final
dizer-te que consegui chegar ao fim. e deixar que o suor saísse pelos
meus poros alimentados pelo teu cheiro que felizmente ainda estava em mim. corri e nas alturas que não aguentava mais, lembrava-me do vestido e do sorriso. e do lábio
molhado pelo calor de nós os dois. eu e tu juntos não eramos dois.
eramos todos aqueles que nunca tinhamos tinho. eu e tu não eramos um e o
outro. era o mundo inteiro a rir. cheguei
ao fim . porque me motivavas. porque me lembrava o teu cheiro. o
vestido. a flor. . . . e o sorriso e os olhos de bondade e confiança. os
olhos. onde andarão.... saí do quarto. esperei pela minha vez. corre meia hora e tudo esquecerás. hoje
decidi alimentar-me de novo. a raiva de não consegir fazer nada.
a raiva de chegar ao fim do filme sem ter conseguido perceber ao certo
porque terminou. faz alguma coisa. faz. desiste
de tudo menos de ti. quanto mais não seja pela felicidade de te
deixares alimentar pela raiva que sentes, das horas sem dormir, da
ansiedade que faz bater o coração mais forte do que qualquer droga. viciado em dormir pouco. culpa-me. culpo.te des cul po te começo
a gritar e a passadeira que nao pára e o espelho que vejo com um corpo
vivo. a unica coisa que tenho viva em mim é o meu corpo. sua, sem cheiro
vindo de ti. sem imagem dos lábios molhados. grito mais... cada grito que dou
garante-me pelo menos um ou dois km a mais. chegarei aos 10. para que
este dia não seja dos piores da tua vida. para que te sintas vivo, um
pouco mais vivo que o teu corpo. culpo-te, por isso, corro mais. run run run away. tenho raiva logo corro mais. don´t go away. don´t go away. chego ao fim corri 10km porque tenho raiva de não poder resolver. 10km e a raiva de nao conseguir saber onde está o sorriso, onde anda o labio mordido. o sorriso mais bonito. 10km e a raiva de não conseguir sair do fim do filme. 10km e as lágrimas que me caem pela cara quando oiço o final do homem elefante 10km e as lágrimas. e o lost. somos mais do que imaginamos ser. desculpa-me - não te culpo desculpo-te - não me culpes
as vezes é preciso fugir. afastar-me.tenho demasiada necessidade de estar sozinha. a maioria nao compreende. as vezes nem eu propria compreendo. mas admito que estar sozinha me dá uma certa paz.
estes ultimos tempos foram assim. precisei de mim para me lembrar que preciso dos outros. preciso sentir saudades deles. preciso sentir saudades de nao estar sozinha. desta vez demorou mais tempo. mas estou a voltar. aos poucos. a socializar.
precisava afastar-me por completo, como faço na maioria das vezes. fugir com uma mochila ás costas por uns dias e voltar nova. desta vez nao tive oportunidade de o fazer. fugia sempre que podia mas nao era suficiente.
talvez por isso tenha demorado mais tempo.
a verdade é que nao gosto de me sentir pressionada a 'voltar'. de ter sempre quem insista em que conte o porquê de estar afastada. a minha apatia a maior parte das vezes nao se explica. nao gosto de ter que me explicar. nao gosto de falar.
mas aos poucos hei-de voltar. com calma.
terça-feira, 30 de abril de 2013
Ninguém tem pena
das pessoas felizes.
Os Portugueses adoram ter angústias, inseguranças,
dúvidas existenciais dilacerantes, porque é isso que funciona na nossa
sociedade. As pessoas com problemas são sempre mais interessantes. Nós,
os tontos, não temos interesse nenhum porque somos felizes. Somos
felizes, somos tontaços, não podemos ter graça nem salvação. Muitos
felizardos (a própria palavra tem um soar repelente, rimador de
«javardo») vêem-se obrigados a fingir a dor que deveras não sentem, só
para poderem «brincar» com os outros meninos.
É assim. Chega um infeliz ao pé de nós e diz que não sabe se há-de ir
beber uma cerveja ou matar-se. E pergunta, depois de ter feito o
inventário das tristezas das últimas 24 horas: «E tu? Sempre bem
disposto, não?». O que é que se pode responder? Apetece mentir e dizer
que nos morreu uma avó, que nos atraiçoou uma namorada, que nos
atropelaram a cadelinha ali na estrada de Sines.
E, no entanto, as pessoas felizes também sofrem muito. Sofrem,
sobretudo, de «culpa». Se elas estão felizes, rodeadas de pessoas
tristes, é lógico que pensem que há ali qualquer coisa que não bate
certo. As infelizes acusam sempre os felizes de terem a culpa. É como a
polícia que vai à procura de quem roubou as jóias e chega à taberna e
prende o meliante com ar mais bem disposto. Em Portugal, se alguém se
mostra feliz é logo suspeito de tudo e mais alguma coisa. «Julgas que é
por acaso que aquele marmanjo anda tão bem disposto?», diz o espertalhão
para outro macambúzio. É normal andar muito em baixo, mas há gato se
alguém andar nem que seja só um bocadinho «em cima». Pensam logo que é
«em cima» de alguém.
Ser feliz no meio de muita gente infeliz é como ser muito rico no meio de um bairro-de-lata. Só sabe bem a quem for perverso.
Infelizmente, a felicidade não é contagiosa. A alegria, sim, e a boa
disposição, talvez, mas a felicidade, jamais. Porque a felicidade não
pode ser partilhada, não pode ser explicada, não tem propriamente razão.
Não se pode rir em Portugal sem que pensem que se está a rir de alguém
ou de qualquer coisa. Um sorriso que se sorria a uma pessoa
desconhecida, só para desabafar, é imediatamente mal interpretado. Em
Portugal, as pessoas felizes sofrem de ser confundidas com as pessoas
contentes.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas'
Tenho tudo o que preciso. Tenho o que quero. Faço o que me apetece. Mas ninguem me acompanha. Ter nao chega para ser. Mas sei que, no fundo, posso dizer que sou Feliz. Pena quase ninguém há minha volta compreender isso.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
"Tomara Que a tristeza te convença Que a saudade não compensa E que a ausência não dá paz E o verdadeiro amor de quem se ama Tece a mesma antiga trama Que não se desfaz
E a coisa mais divina Que há no mundo É viver cada segundo Como nunca mais..."
Vinícius de Moraes
continuo sem o que dizer aqui. aqui e onde for. nao tenho nada para dizer.
nao me apetece dizer nada.
agora vou so deixar andar. orientar-me e organizar a minha cabeça, que bem precisa de se por no sitio.
nao me apetece copos nem saidas, nao me apetece noites ate ser dia, nao me apetece musica alta so porque sim. as vezes pareco uma velha.
é uma fase. eu sei. quem me rodeia nao entende, por isso prefiro nao dizer nada. ocupo o tempo e digo que nao posso. e assim nao preciso dizer mais nada.
nao se passa nada de jeito por aqui...
que grande seca que eu ando!
um dia, juro que volto a escrever aqui qualquer coisa decente.
quarta-feira, 13 de março de 2013
"Mas acontece tipo assim: lembro do seu rosto, do seu abraço, do seu cheiro, do
seu olhar, do seu beijo e começo a sorrir, é assim mesmo, automático, como se
tivesse uma parte do meu cérebro que me fizesse por um instante a pessoa mais
feliz do mundo, mas que só você, de algum modo, fosse capaz de ativar. Eu sei, é
lindo. Mas logo em… seguida, quando penso em quão longe você está sinto-me
despedaçar por inteira. Sabe a sensação de arrancar um doce de uma criança? Pois
é, sou essa criança. E dói. Uma dor cujo único remédio é a sua presença. Então
sigo assim, penso em você, sorrio, sofro e rezo, peço pra Deus cuidar da gente,
amenizar essa dor e trazer logo a minha cura."
"Mas não te procuro
mais, nem corro atrás. Deixo-te livre para sentir minha falta, se é que faço
falta… Tens meu número, na verdade, meu coração, então se sentir vontade de
falar comigo ou me ver, me procura você."
bem sei que nao tenho sido a mais assidua por aqui, mas este ano tem-se demonstrado cheio de potencial para me manter ocupada. ora sao pessoas, ora sao coisas, ora sao trabalhos. e sim, tudo no plural.
pelo menos nao me posso queixar que a minha vida é aborrecida e nao se passa nada.
neste momento passa-se demasiado. mas ja esta a acalmar.
é complicado gerir coisas e pessoas e falta de tempo. esta falta de tempo deixa-me quase adormecida. nao reago e deixo simplesmente andar, porque eu acredito que o que tiver que ser será. nao vale a pena forçar. foi dificil chegar a este estado, mas é como estou agora. e tem resultado.
agora que nao forço nem procura nada nem ninguem as coisas estao, finalmente, a encaixar-se.
consegui uma mudança que achava ser quase impossivel em tao pouco tempo. consegui conquistar-me de uma maneira que nao ja acontecia ha muito. consegui deixar-me em paz como ja ha muito nao estava.
estou tranquila. de espirito e de mente. tao tranquila que as vezes nem pareço eu.
mas tambem é preciso estar tranquilo de vez em quando, nao podemos estar smepre ansiosos e a lutar por coisas que nao sabemos se queremos mesmo ou nao.
agora nao luto, nao forço, nao puxo, nao insisto.. o que tiver que ser, será.
e felizmente, parece que ha bastantes coisas a 'ser'.
O meu mundo tem estado à tua
espera; mas não há flores nas jarras, nem velas sobre a mesa, nem retratos
escondidos no fundo das gavetas. Sei que um poema se escreveria entre nós
dois; mas não comprei o vinho, não mudei os lençóis, não perfumei o decote do vestido. Se ouço falar de
ti, comove-me o teu nome (mas nem pensar em suspirá-lo ao teu ouvido); se
me dizem que vens, o corpo é uma fogueira – estalam-me brasas no peito,
desvairadas, e respiro com a violência de um incêndio; mas parto antes de
saber como seria. Não me perguntes porque se mata o sol na lâmina dos
dias e o meu mundo continua à tua espera: houve sempre coisas de esguelha
nas paisagens e amores imperfeitos – Deus tem as mãos grandes
[Words you spoke to her that night
Make your bodies look like porcelain]
Did she make your heart beat faster than i could?
Did she give you what you hoped for? On nights so loveless, love,
I hope it made you feel good
Knowing how much i adored you
Knowing how much i adore you. and always will.
os meus amores platonicos dão cabo de mim. e o meu cerebro apodera-se de mim e fá-los parecer tão reais que so me apetece fazer-lhes juras de amor, e confessar-lhes o quanto gosto de os ver sorrir. ou so de os ver. e que conto os dias para os ver de novo.
se os meus amores platonicos soubessem o quão amados sao por mim nunca lhes faltariam sorrisos.
se os meus amores platonicos soubessem.... diriam que sou maluca. e se calhar sou mesmo. mas ainda consigo disfarçar um bocadinho.
ou escondê-lo deles...
Deixa a alegria entrar em ti. sem aditivos. sem copos nem riscas brancas que nos guiam pelos sorrisos. sabes que a vida é melhor sem alegrias forçadas. deixar-te ser feliz. com o que vales que é tanto. tenho pena que não te consigas ver como realmente és. linda de morrer. cheia de vida e luz. tenho pena que deixes que te desvalorizem. que te façam duvidar. que nao te digam todos os dias que tens o sorriso mais bonito do mundo. que es a melhor. tu iluminas. deixa a alegria entrar em ti. em nós. deixa-te viver com calma umas semanas. com mais pequenos almoços e mais horas de sono normal, sem aditivos em forma redonda. deixa a felicidade entrar em ti e deixa que a tua beleza te invada. deixa de olhar com 40.000 olhos aos espelhos, olha com dois. aqules que Deus te deu. os teus, lindos de morrer. deixa espaço em ti para seres feliz. só tu. sem sapatos altos nem vestidos de princesa. só tu e o que significas realmente. deixa.te ser feliz. sem pores em causa aquilo que vales e aquilo que serás num futuro. não desistas e da mesma forma que um dia desistes, dá a volta e pensa para contigo HOJE NÃO DESISTO. hoje e amanhã... e depois de viveres todos esses "hoje e amanhãs" sem desistências verás que a confiança aumenta, o cansaço tambem, a vontade de dormir mais cedo, as ganas de leres uma página mais. deixa-te ser feliz. tu e a tua vida. e eu ao lado a orgulhar-me mais e mais por cada passo que dás. (ou atras, de ti, junto as tuas costas. ali mesmo pertinho para te abraçar sempre que precisares e te contar baixinho ao ouvido "um...dois...tr...". um passo e uma vitória. um passo. dia a dia. deixa-te ser feliz. deixa-te voar sem que ninguém te comande. eu sopro. tu voas. deixa-te ser feliz.
é so isto. preciso parar.
doi-me tudo. sinto tudo. nao sinto nada.
doi-me tanto que nao sinto nada.
a apatia ás vezes apodera-se de mim e é como se nada nem ninguem conseguisse fazer nada. nem eu propria.
que ja nei sei quem sou. o que sou.
sou dor que tenta correr contra o tempo.
sou vazio que tenta encher-se de tempo.
sou tempo que é gasto na dor.
sou dor.
doi-me tudo. doi(s)-me tanto.
as vezes à um negro que me enche e eu rendo-me.
à um negro que se apodera de mim e me deixa ficar.
à um negro que chega e eu nao consigo mandá-lo embora.
e a merda é que sei exactamente como mandá-lo embora. mas nao consigo. ou nao quero.
porque a melancolia é a minha melhor amiga. e a dor dá-me prazer. e por mais chato que ache todo este negro dentro de mim e o facto de nao conseguir manda-lo embora apesar de saber exactamente como o fazer.... ele faz parte de mim.
nao o posso negar. nao o posso ignorar.
basta-me deixa-lo vir com toda a sua força. atirar-me ao chao e deixar-me cheia de dores e vazia de sentimentos.
sentir a sua brutalidade. deixar de sentir o resto.
depois há-de passar.
"Leio de mais. Oiço de mais. Vejo de mais. Estou parado de mais, recebendo mais do que consigo receber.
o céu parece-me demasiado azul. a musica é mais triste do que, mesmo os mais tristes, precisariamos.
Vivo de mais. Durmo de menos. Acorodo para acordar os outros.
Estou sozinho de mais. Nas minhas estrelas nao ha noite nem amor. Tenho as maos vazias. viradas para o céu. como se tivessem recebido a lua, como se tivessem ficado encharcadas da tinta da escuridão."
[ja nao sei de que livro é.]
"nunca vi céu tao bonito nem tanto sossego enquanto acabo o meu cafe no meio da cidade quase vazia, a nao correr para apanhar o correio que ja nao vou apanhar, sem saber que mais dizer-te. porque a minha alma esta sempre a interromper-me, a chamar por ti.
quanto mais longe, mais perto me sinto de ti. como se os teus passos estivessem aqui ao pé de mim e eu pudesse seguir-te e falar-te e dizer-te quanto te amo e como te procuro, no meio de uma destas ruas em que te vejo, zangada de saudade, no ceu claro, no dia frio.
devolve-me a minha vida e o meu tempo.
diz qualquer coisa a este coração palerma que nao sabe nada de nada, que julga que andas aqui perto e chama sem parar por ti."
Bastava apenas o maravilhoso engenho que era o teu corpo sem dores
adultas nas costas ou a efervescência da ansiedade impedindo o sono,
obrigando-te a acender mais um cigarro. Bastavam os teus braços como
torpedos rasgando as ondas, nem o frio te preocupava, dedos amachucados
com papel manteiga e lábios da cor dos mortos - mas estavas vivo, tão
vivo como na primeira manhã de férias grandes. O tempo era mais longo e a
carne mais invencível - saltaste de telhado para telhado e de uma
prancha de dez metros sabendo apenas nadar como os cães. Não te sentes
velho, mas é adulto e tens coisas chatas para fazer, já ninguém corre
atrás de ti para ganhar um jogo de apanhada, a televisão deixou de ser
um assombro - os desenhos animados matinais, o filme com um carteiro a
possuir uma senhora em cima da mesa e o teu pai aflito, mudando de
canal. Tudo era tão líquido como as corridas subaquáticas. É essa
rapidez impune nas tardes compridas que te faz falta em dias assim,
quando precisas de mais um cigarro para aguentar o lixo do mundo, que se
acumula dentro de ti num lugar incerto, mas doloroso. Queres uma
bicicleta para escavacar os joelhos que se regeneram com mercurocromo e
crostas que arrancavas e metias na boca. Queres uma bicicleta arrojada,
fazendo curvas com o pedal a tocar no chão. Hoje queres estar no
princípio de tudo, lado a lado com os teus irmãos, os teus amigos, até
que alguém grita, "Partida, lagarta, fugida", e tu és todo velocidade,
libertação, um corpo - só um corpo - voando sobre o alcatrão para um
lugar que não tinha de ser lugar nenhum.
"Quando ela não estava, o apartamento parecia mais arrumado, chato
como uma noite de Junho que sabia a Fevereiro, janelas tremendo no
caixilho, os chinelos dela ainda espalhados na sala.
Quando ela não estava, ele dava-se conta de como tudo permanecia por
tocar, incluindo o patético chapéu verde, que jamais usara na rua, mas
que servira de adereço para o disparate matinal do riso - música a tocar
bem alto, ele cantando e dançando de vassoura nas mãos.
Quando ela não estava, certa noite, ele ouviu outra vez o carpir das
ciganas lamentado uma morte, no pátio do Hospital S. José, uivos negros
como rasgões no tecido da noite, ais e ais sem fim, a repetição da
agonia.
Quando ela não estava, ele tinha mais medo, deitava-se mais cedo, comia coisas de adulto.
Quando ela deixou de estar, continuaram a tocar as mesmas músicas,
viagens melódicas no tempo, um artifício da mente para revisitar a
pulsação desses dias, o fôlego nas coxas e a coluna arqueada. Mas ela
não estava. E nenhuma frase cantada, nenhum creme hidratante esquecido
na bancada da casa de banho, nenhuma peça de roupa perdida ou qualquer
outro lugar-comum romantizado, podiam contrariar a evidência que mais
enchia aquela casa: ela deixou de estar.
Quando ela estava, havia mais coisas para fazer, mesmo que decidissem não fazer nada.
Quando ela ainda estava, ele ficava mais tempo em casa. Na noite das
ciganas chorando prenúncios de cataclismo, foi ela que abraçou a casa
como um escudo de nave espacial. E, no entanto, havia já muitos dias que
ela tinha deixado de estar. "
"Pode talvez dizer-se que é um comportamento que deve sugerir que a aproximação
sexual é possível, sem que essa eventualidade possa ser tida como certa. Ou, por
outras palavras, a coquetterie é uma promessa de coito, mas uma promessa sem
garantias."
Quando estamos apaixonados o tempo nasce-nos do peito.
Não há sono, não há fome.
Não há nada.
Entre nós e o que nos move.
Inventamos o tempo.
Às vezes é por coisas que pensamos que sim, mas que afinal, não!
O trabalho, o carro, o sofá.
Mas não!
Quando estamos apaixonados fazemos o amor.
Porque o amor não existe.
O amor tem de ser feito!
Não é na cama, contra a parede, no balcão da cozinha.
Não, não é coisa física. Isso começa por F.
Pode ser ao longe,
do outro lado do mundo.
Fazer o amor é dar. Mais, do que há em nós.
O amor é olhar para o outro.
É estar atento.
O amor é esquecer que existimos.
É parar o tempo.
É fazer like, um smile, um asterisco. Duas teclas apenas.
O amor é um vómito. Que projectamos sem pensar.
Amar é ser louco. É não querer saber.
O amor é sem juízo. É ter medo. E ainda assim avançar.
O amor é um momento.
Amar é criar. Porquê?
Sem razão!
É dar sem pedir.
Amar é ser livre.
Sem asas, voar!
O amor é uma dor. Que custa a parir.
O amor é descarado. O amor é um grito.
Uma festa. Um banquete. Uma ópera.
São luzes de mil cores.
É uma algazarra!
Fazer amor é ter tempo. É dar atenção!
" Com o tempo, quanto mais madura e segura de
mim mesma me tornei, mais verifiquei que eu há poucos anos atrás ainda fazia
parte de um grupo mundial de pessoas cujo coração acredita no bem dos outros sem
sequer pestanejar. Eu acreditava piamente que as pessoas tinham o direito de
errar sempre, porque eram humanas. Eu acreditava que se amasse alguém, isso
bastaria para que a pessoa nunca me desiludisse. Achava que o meu amor por essa
pessoa bastaria para que a pessoa, ciente do meu amor, se acautelasse com as
suas acções. Note-se que eu raramente amei pessoas (amigos, família). Amor é um
sentimento para mim muito raro. Tão raro que as pessoas que amei ou amo
contam-se pelos dedos de uma mão. Eu posso gostar das pessoas. Mas amá-las, isso
é uma história completamente diferente que daria para grandes livros.Enfim.
Acreditava no bem das pessoas. No lado bom. Arranjava justificações para o seu
lado mau. Era devido a algo que correra mal. Era devido ao mau tempo. Era devido
a terem dormido mal. Era devido a estarem frustradas. Era devido às suas
tristezas ou depressão. Era devido à chuva que naquele dia estava mais
forte.Quanto mais segura de mim me tornei e quanto mais cresci mentalmente, mais
me apercebi de que as pessoas têm o direito de errar, mas que se alguém errar
grandemente connosco, ou mais do que as vezes aceitáveis, o mínimo que devemos
de exigir à nossa própria auto-estima é que as arrasemos de tal maneira que
nunca mais levantam um dedo para nos incomodarem. Tornei-me, assim e à custa de
muito esforço, uma pessoa tão segura de si que acredito piamente que isso me
trouxe coisas muito boas, como ter-me protegido contra falsos sentimentalismos,
desilusões, frustrações e pessoas que, dita a boa da verdade (que isto não há
nada como a verdade) não valiam o esforço de as entender, ou desculpar. Também
me trouxe (como tudo na vida tem dois lados) um lado menos positivo, que foi
ter-me tornado pouco sensível a determinados momentos. Actualmente, é preciso
realmente muito, para me incomodarem. Eu sei perfeitamente o que quero, como
quero e o que tolero que me digam. E se a pessoa em questão achar por bem ou por
graça testar os meus limites e começar a desconversar ou a não respeitar o que
eu digo, pois pode ter a certeza que sai da conversa mais arrasada do que um
animal atropelado por um camião TIR em alta rodagem. Uma pessoa já muito sábia e
com muitos anos na pele, disse-me, há dois anos atrás, que nós é que ensinamos
aos outros como é que queremos que nos tratem. Se lhes ensinamos que nos podem
tratar mal ou faltar-nos ao respeito, eles vão fazer exactamente como lhes
ensinámos. Se lhes ensinamos que os amamos no matter what, eles vão testar essa
teoria e fazer tudo o que lhes apetecer, porque afinal de contas, nós os amamos
no matter what. Este é só o maior erro da história da humanidade. Gostarmos dos
outros sem restrições ou racionalidade. Cada vez mais acredito que a
racionalidade é um bem essencial às relações humanas. Se só racionalidade é bom?
Não. De maneira nenhuma. Continuo a achar que podemos amar alguém com todo o
nosso coração. Mas tenho a certeza absoluta de que devemos levar o nosso cérebro
connosco. Assim, não tolero comportamentos hoje em dia que me incomodem, que me
irritem ou que me estraguem sequer o dia. Quem se mete hoje em dia comigo e
experimenta virar o botão da fúria e pô-lo no estado on, nem sabe ao certo que
tipo de tempestade tem pela frente nem em que estado vai sair dessa tempestade.
Porque a inteligência é um bem preciosíssimo. E é preciso sabermos usá-la.
[...]".
inspira.
expira.
hoje doi-me a respirar.
custa-me mexer. nao tenho força. nao gosto desta coisa de estar doente. e quando se esta doente e nao se esta bem por dentro é ainda pior.
hoje so quero ficar aqui. fechada e sossegada no meu canto. que nao me chateem. ou que so uma pessoa me chateie, mas essa nunca chegará. essa esta cega e nunca vem quando lhe peço. ou quando a preciso.
nunca vem.
por isso hoje cancelei tudo o que havia para fazer para ficar aqui, no meu canto. so eu e as mantas. so eu e os remedios. so eu e a dor que nao tem cura.
as vezes doi-me mais. e hoje esta a doer como ja nao doia ha muito tempo. ja nao me lembrava desta sensação.
dois-me como nao imaginas. custas-me como nunca teras uma noção minima.
vou dizer a todos que é a febre.
mas no fundo o que eu tenho mesmo é frio.
vou dizer a todos que me doi os pulmões.
mas o que tenho mesmo é falta de ar.
vou dizer que me doi o corpo.
mas o que me doi mesmo é a alma. e aquilo que nao se sabe se existe mesmo ou nao.
mas que quando doi nos indica que esta mesmo la.
nao devia ser assim. nao devia cancelar as minhas coisas so porque.... nem sei porque.
mas cancelei.
e agora nao volto atras.
agora fico. com as mantas enroladas.
com o vazio que me deixaste quando foste embora a correr numa madrugada de chuva.
se tivesse chegado um bocadinho mais cedo, achas que me davas uma hipotese?
[You were meant to be
You're suppose to be
The most happy girl in this whole world]
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Quero não sentir medo. Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais. Viajar até cansar. Quero sair pelo mundo. Quero fins de semana de praia. Aproveitar os amigos e abraçá-los mais. Quero ver mais filmes, ler mais. Sair mais. Quero não me atrasar tanto, nem me preocupar tanto. Quero morar sozinha, quero ter momentos de paz. Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais. Quero ser feliz, quero sossego. Quero me olhar mais. Tomar mais sol e mais banho de chuva. Preciso me concentrar mais, delirar mais. Não quero esperar mais. Quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais. Quero conhecer mais pessoas. Quero olhar para frente. Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa. Quero mais chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão. Quero ousar mais. Experimentar mais. Quero menos ”mas”. Quero não sentir tanta saudade. Quero mais e tudo o mais. E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Fernando Pessoa
domingo, 6 de janeiro de 2013
[I could offer you a warm embrace]
I know you haven't made your mind up yet
But I would never do you wrong
I've known it from the moment that we met
No doubt in my mind where you belong
I'd go hungry, I'd go black and blue
I'd go crawling down the avenue
No, there's nothing that I wouldn't do
nao. nao pode ser. é apenas imaginação. é a minha cabeça e inventar mais umas quantas coisas para se manter ocupada. mas, e se nao for? mas....
tem que ser. ela nem sequer quer saber. ela esta cega por outra. ela nao se interessa. e eu, se me importo tenho que respeitar.
porque é que tem que ser sempre assim?
se eu me importo tenho é que a fazer ver a verdade. tenho que a fazer ver que ha uma vida muito mais feliz do que esta que ela tenta viver agora. mas nao posso.
se me importo tenho que a fazer entender que ela é tao maior que isto. que ela merece tanto alem disto que tem.
mas nao posso.
porque é que estou sempre a estragar as coisas com as pessoas de quem realmente gosto.
quero tanto dizer-lhe uma coisa que nao posso, nem consigo, e acabo por dizer tudo o que nao devo. e ela fica chateada. e eu fico triste.
e é uma merda!
como vês estás sempre presente. é como a ligação entre nós, que receei que nos continuasse a prender. volto a ter-te, e no fundo espero-te cada dia. Há-de existir um momento em que todos partirão e tu continuarás viva.
despertaste qualquer coisa em mim. tens de criar o que é teu.
[...]
temos de dar, finalmente, tudo o que temos ca dentro. escureceu. ja nao estas a meu lado. tenho medo, afinal é tudo um sonho. estou sozinha e tu partiste.
batem as portas em tons...
olho para tras e afinal ainda lá estas. amor.
Viver é uma peripécia. Um dever, um afazer, um prazer, um susto, uma cambalhota. Entre o ânimo e o desânimo, um entusiasmo ora doce, ora dinâmico e agressivo. Viver não é cumprir nenhum destino, não é ser empurrado ou rasteirado pela sorte. Ou pelo azar. Ou por Deus, que também tem a sua vida. Viver é ter fome. Fome de tudo. De aventura e de amor, de sucesso e de comemoração de cada um dos dias que se podem partilhar com os outros. Viver é não estar quieto, nem conformado, nem ficar ansiosamente à espera. Viver é romper, rasgar, repetir com criatividade. A vida não é fácil, nem justa, e não dá para a comparar a nossa com a de ninguém. De um dia para o outro ela muda, muda-nos, faz-nos ver e sentir o que não víamos nem sentíamos antes e, possivelmente, o que não veremos nem sentiremos mais tarde. Viver é observar, fixar, transformar. Experimentar mudanças. E ensinar, acompanhar, aprendendo sempre. a vida é uma sala de aula onde todos somos professores, onde todos somos alunos. Viver é sempre uma ocasião especial. Uma dádiva de nós para nós mesmos. Os milagres que nos acontecem têm sempre uma impressão digital. A vida é um espaço e um tempo maravilhosos mas não se contenta com a contemplação. Ela exige reflexão. E exige soluções. A vida é exigente porque é generosa. é dura porque é terna. É amarga porque é doce. É ela que nos coloca as perguntas, cabendo-nos a nós encontrar as respostas. Mas nada disso é um jogo. A vida é a mais séria das coisas divertidas.
"O estado normal de duas almas gémeas é o
silêncio. Não é o "não ser preciso falar" - é outra forma de falar, que consiste
numa alma descansar na outra. Não é a paz dos amantes nem a cumplicidade muda
dos amigos. Não precisa de amor nem de amizade para se entender. As almas
acharam-se. Não têm passado. Não se esforçaram. Estão. É essa a maior paz do
mundo.
Como é que se reconhece a alma gémea? No
abraço.
Quando duas almas gémeas se abraçam , sente-se
o alívio imenso de não ter de viver. A sensação é de sermos uma alma no ar que
reencontrou a sua casa, que voltou finalmente ao seu lugar, como se o outro
corpo fosse o nosso que perdemos desde a nascença."
queria escrever sobre esta noite na propria noite. mas nao me sairam as palavras. agora ouço as musicas mas as palavras ja nao saem. ha coisas que nao teem que ser ditas... talvez. mas aquilo que senti a ouvir esta musica foi indescritivel. talvez este texto nunca devesse existir. nunca pensei gostar tanto. devia ser a mais nova naquele sitio. ha minha volta pelo menos nao havia ninguem mais novo que eu. mas nao me importei. nao podemos gostar todos do mesmo nem nas mesmas alturas. ali encontrei uma razao (ou sera uma desculpa?) para me ser dificil encontrar alguem que me 'encaixe'. e falo mesmo a nivel de simples amizade. nao consigo ter um grupo de amigos com que faço tudo e para quem correr quando preciso. tenho pessoas. random. com quem as vezes me apetece fazer coisas e sei que alinham. outras nem tanto. mas poucas pessoas que alinham exactamente nas mesmas coisas que eu.
quando falei no concerto deste Senhor ninguem me entendeu. mas eu fui. porque nao me paro. nao me param. e orgulho-me disso. se estivesse sempre ha espera de quem fizesse coisas comigo teria vivido arrependida a minha vida inteira e quase de certeza que nao estaria onde estou.
felizmente nao me interessa com quem vou. muitas vezes nao interessa onde vou. mas vou.
e ainda bem que nesta noite fui.
agora vou ali ver se durmo e sonhar bem alto com a magia da noite em que o vi pela primeira mas nao pela ultima vez....
chama-me nomes que nao compreendo. nao me conhece de facto. ou entao conhece mais do que penso mas nao quero admitir.
diz que a candura me serve. usa palavras que nao conheco para mim. usa palavras que, depois de conhecer, nao sei porque as usa para mim.
ela é aquela que leio e nao percebo. aquela que leio e so gostava de ter uma explicação logo a seguir para as suas palavras. é aquela com quem me apetece falar. varias veze. é aquela com quem menos falo.
é especial. e nao. nao te amo. nao te amei e sei que nao te vou amar. nem chorar por ti. so te quero ver feliz.
e nao desisto de ti. que és uma candura muito maior que eu.
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
a musica que deu nome ao blog. o blog que me deu a voz a mim. a voz dela que sera sempre a melhor. o concerto que, entre tantos (demasiados julgo) foi o melhor de sempre. 3h de paraiso. 3 horas de sonhos. tres horas de tudo. sem me cansar. exactamente aquelas que queria ouvir. e um extra. os melhores. do melhor. amanha escrevo sobre o que senti ontem. que nao tem nada a ver. nem se compara. mas eles sao do melhor. os melhores.
you and i. eu e eles ja fomos a tantos sitios. eles nao sabem. mas é amor que eu sinto por eles. e so por eles. nao amo mais ninguem desta maneira. o meu amor é platonico e é deles. e tambem um bocadinho teu.
que ainda hoje me fazes sangrar.
apaixono.me sempre que a vejo. apaixono-me sempre que sorri. apaixono-me quando lhe ouço a voz. apaixono-me so de a pensar. nunca estive la. nunca lhe estive perto. nunca lhe fui confidente de nada. mas eu apaixono-me por ela so de a imaginar a sorrir.
ela tem, definitivamente, o sorriso mais bonito do mundo. tres pecados num nome so.
é ela. dois pecados numa pessoa so. ela nao sabe que a amo.
amo-te. a ti e a tudo o que te rodeia. a tua luz em dias escuros. a tua vontade em dias claros. ou quando o dia nasce.
es tu.
Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.
Álvaro de Campos
Gostar é uma entidade suprema, unica, egoista, incompreensível. é um estado que pertence a cada individuo singular, não há nada mais seu, mais próprio de si mesmo e da sua possessão que qualquer amor que ele sinta. Quando gostas o amor que sentes é apenas teu, aquilo que partilhas com a outra pessoa é uma espécie de imitação, uma tentativa de reprodução, uma ingénua e bonita ilusão de que o outro que também sente compreende o que tu sentes. Nunca vai compreender. Não existe uma verdadeira partilha. Há coisas que se demitem de serem partilhadas e não resultam coisa nenhuma de uma troca recíproca. Gostar não tem relação nenhuma de causa efeito. Deixem lá essas tretas da reciprocidade. Não gostas porque recebeste. Resultam absolutamente do absurdo, do insano que és tu. Gostar tem existência própria, independente. Não gostas porque o outro gosta, não gostas porque o outro dá, gostas porque gostas. Porque não podes contornar isso, não há nada que possas fazer. Gostas. Tem tanto de lógico como o resto das coisas que não se explicam. E o gostar é teu. Irreversivelmente, cruelmente teu. O que existe é a ilusão bonita e necessária, de que cada autista apaixonado consegue compreender o que o outro sente. Mas nunca consegue. Fica a tentativa, a amostra, a representação do que se sente quando se partilha. Inútil tentativa, mas essencial. O amor é egoista. Nenhum amor egoista é suficientemente egoista e portanto bonito se não for ingénuo. E ridiculo e absurdo o suficiente.
[podia devanear sobre isto durante horas. mas nao me apetece. um dia acabo]
hoje queria escrever sobre o que sinto. o que senti ha umas horas. na minha cabeça ha tantas coisas que quero escrever. mas quando agarro na caneta ou me sento aqui ha frente nao sai nada do que quero. amanha vou tentar explicar o que senti hoje. sei que é dificil, porque é tao e somente meu. mas preciso tentar.
Sentir no rosto a brisa salgada que do rio emana, contemplar a minha cidade com um sorriso e uma lágrima ao canto do olho. Puxo as mangas do meu casaco de forma a encobrirem as minhas mãos, agasalho o pescoço apertando um pouco mais o cachecol, o Inverno lisboeta não perdoa.
Saio em direcção ao Terreiro do Paço. No ar sente-se o aroma a castanha assada; à medida que me aproximo escuto ao longe o fado que pelas ruas da Baixa ecoa.
O meu coração bate desenfreadamente.
Chego ao Terreiro do Paço, onde uma quantidade absurda de turistas ora contemplam o Tejo ora tiram fotografias de si próprios junto à estátua de D. José I. Sorrio, levo a mão ao bolso do meu casaco de onde retiro o meu maço de tabaco e o isqueiro, acendendo um cigarro de seguida. Vou ser cliché, não o sendo: um cigarro pensativo. Muito pensativo. Caminho em direcção ao Arco Triunfal da Rua Augusta, é impossível não me sentir mínima ao passar pelas suas abóbodas imponentes.
Um turbilhão de emoções assoma o meu peito, um turbilhão de pensamentos a minha mente. Sem pressa e em passadas pequenas chego ao Rossio, mas não me demoro. Viro então à direita, com destino a Alfama. Meto-me por ruas e mais ruas, todas aparentemente iguais mas tão diferentes. Demoro o olhar numa das muitas casas antigas, onde à janela um senhor de idade fuma o seu cachimbo, fitando o nada. Ao seu lado aparece um gato que, descontente pela negligência do seu dono, rapidamente desaparece no fundo negro da casa.
Prossigo caminho. Sinto-me a viajar em piloto automático, vivo na minha mente, analiso as emoções e os sentimentos que esta cidade desperta em mim. De vez em quando passo por turistas perdidos, que embaraçados lá se decidem a pedir-me direcções. Não consigo evitar pensar que podias ser um destes turistas.
Perder-me-ia contigo, na minha própria cidade, que ja foi nossa.
Cabisbaixa, já com os músculos doridos e o rosto gelado, chego a uma rua sem saída. Admito a mim mesma não saber onde me encontro, mas nem por isso volto atrás. Vejo ao fundo um arco, uma passagem escura, encoberta pelas sombras dos edifícios. Relutante, caminho até ela, e qual não é o meu espanto ao observar que tal lugar esconde uma das mais belas vistas lisboetas. Uma varanda de forma quadrada, coberta de azulejos indubitavelmente mais antigos que eu, de onde Lisboa se estende, imponentemente, ao largo do Tejo. Encosto-me às grades ferrugentas, gastas pelo passar dos anos, das estações, das gerações que ali passaram e tal como eu se maravilharam com esta pérola escondida no coração de Lisboa.
Olho para além daquela vista assombrosa, para dentro da minha mente; já não sei quem sou. Perco-me em memórias distantes, encobertas e gastas pelo peso da era do tempo, em beijos escondidos do mundo, quando tudo o que importava se encontrava entre aquelas quatro paredes; nada mais existia. Recordo os teus dedos entrelaçados nos meus, a tua respiração contra a minha pele nua. Uma lágrima fugidia que gritava "Não vás, faz de mim a tua casa". Como é possível sentir ainda tudo isto, olhar para a minha cidade e continuar a sentir o vazio deixado pela inexistência dos teus passos nestas calçadas, do teu olhar atónito e apaixonado sobre as fachadas destes edifícios, do esvoaçar dos teus cabelos ao aproximares-te do Tejo?
Acordo do transe em que me encontrava, ao longe fito uma nuvem escura que ameaça chuva.
De novo em piloto automático, e desta vez completamente alheia ao mundo que me rodeia, percorro o mesmo caminho que até aqui me trouxe. Foi ao chegar à Baixa que a primeira gota de chuva tocou a minha pele, para imediatamente desaparecer entre tantas outras. Sem me importar com a roupa que agora se cola, ensopada, à minha pele, não acelero o passo.
Acendo um outro cigarro que teima em arder, nunca desistindo perante toda a chuva que cai. As metáforas sempre foram o meu forte. Volto a casa. Olho a colina pela ultima vez, mas nada mais avisto que uma massa disforme de cores.
És uma ilusão. Sempre foste e, enquanto Lisboa não for tua por um dia, sempre o serás.
“I finally understand what true love meant, love meant that you cared for another persons happiness more than your own, no matter how painfull the choices you face may be.
No matter how many years go by, i know one thing to be as true as ever was - Ill see you soon.”
voltei.
nao tenho fotografias para mostrar.
nem grandes aventuras para contar.
tenho-me a mim e aquilo em que estes dias me tornaram.
mais sã. mais feliz. com saudades disto, portanto, preenchida. por agora.
nao tenho nada de especial para dizer sobre os sitios onde estive, apenas tenho que agradecer as pessoas por terem la estado.
e tambem as pessoas que ca estão por me receberem de braços abertos....
afinal, houve ate quem tivesse saudades minhas (ou pelo menos que o tenha dito, se sentiu ou nao nao tenho a certeza....)
eu, confesso, nao tive grandes saudades disto... mas de algumas pessoas sim.
por acaso, das mesmas pessoas que me disseram ter saudades minhas. e mais algumas.
ainda bem.
sair é bom porque voltar nos trás sempre coisas novas.
e boas.
e eu gosto disso.