quarta-feira, 28 de novembro de 2012

sem titulo.

Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras.
 Sentir tudo excessivamente,
 Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.

Álvaro de Campos
 
 
Gostar é uma entidade suprema, unica, egoista, incompreensível. é um estado que pertence a cada individuo singular, não há nada mais seu, mais próprio de si mesmo e da sua possessão que qualquer amor que ele sinta. Quando gostas o amor que sentes é apenas teu, aquilo que partilhas com a outra pessoa é uma espécie de imitação, uma tentativa de reprodução, uma ingénua e bonita ilusão de que o outro que também sente compreende o que tu sentes. Nunca vai compreender. Não existe uma verdadeira partilha. Há coisas que se demitem de serem partilhadas e não resultam coisa nenhuma de uma troca recíproca. Gostar não tem relação nenhuma de causa efeito. Deixem lá essas tretas da reciprocidade. Não gostas porque recebeste. Resultam absolutamente do absurdo, do insano que és tu. Gostar tem existência própria, independente. Não gostas porque o outro gosta, não gostas porque o outro dá, gostas porque gostas. Porque não podes contornar isso, não há nada que possas fazer. Gostas. Tem tanto de lógico como o resto das coisas que não se explicam. E o gostar é teu. Irreversivelmente, cruelmente teu. O que existe é a ilusão bonita e necessária, de que cada autista apaixonado consegue compreender o que o outro sente. Mas nunca consegue. Fica a tentativa, a amostra, a representação do que se sente quando se partilha. Inútil tentativa, mas essencial. O amor é egoista. Nenhum amor egoista é suficientemente egoista e portanto bonito se não for ingénuo. E ridiculo e absurdo o suficiente.
[podia devanear sobre isto durante horas. mas nao me apetece. um dia acabo]
 
hoje queria escrever sobre o que sinto. o que senti ha umas horas. na minha cabeça ha tantas coisas que quero escrever. mas quando agarro na caneta ou me sento aqui ha frente nao sai nada do que quero. amanha vou tentar explicar o que senti hoje. sei que é dificil, porque é tao e somente meu. mas preciso tentar.

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