domingo, 5 de fevereiro de 2012

Eu sou corpo e mente,
Um corpo quente,
Que mente,
Que se arrepende,
Que se estende,
Que se distende,
E se desentende,
Um corpo que sente.

Eu sou corpo e tripa,
Um corpo-fita,
Que bica,
Que se trumbica,
Que se estripa,
Que se modifica,
E se vivifica,
Um corpo que fica.

Não, eu não sou um corpo utópico,
Eu sou a utopia feita corpo, a utopia corporificada,
Eu sou um corpo fragmentado, que se desintegra a cada pulsar do coração,
Eu sou um corpo doente, que geme, padece de angústia e aflição,
Um corpo que quer ser todos os corpos, que quer ter todos os corpos,
Um corpo de ideias e fantasias,
Um corpo de desejos e agonias,
Um corpo vivo.

O meu corpo não sente o tempo a passar, continua a querer-te e a desejar-te;
A minha mente não sente o tempo a passar, continua a pensar em ti;
Meu coração não sente o tempo a passar, continua a pulsar por ti;
Como sempre... desde sempre... desde antes mesmo de o princípio...
Vivo à sombra das palavras silenciadas, dos gestos reprimidos e dos olhares velados



nao é meu. mas podia muito bem ser.

Sem comentários: