O meu mundo tem estado à tua
espera; mas
não há flores nas jarras, nem velas sobre a mesa,
nem retratos
escondidos no fundo das gavetas. Sei
que um poema se escreveria entre nós
dois; mas
não comprei o vinho, não mudei os lençóis,
não perfumei o decote do vestido.
Se ouço falar de
ti, comove-me o teu nome
(mas nem pensar em suspirá-lo ao teu ouvido);
se
me dizem que vens, o corpo é uma fogueira –
estalam-me brasas no peito,
desvairadas, e respiro
com a violência de um incêndio; mas parto
antes de
saber como seria. Não me perguntes
porque se mata o sol na lâmina dos
dias
e o meu mundo continua à tua espera:
houve sempre coisas de esguelha
nas paisagens
e amores imperfeitos – Deus tem as mãos grandes
Maria do Rosário Pedreira
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
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