segunda-feira, 1 de setembro de 2014

o meu patrimonio.



Não tenho muito. Não tenho quase nada na verdade. Para viajar basta-me uma mala e sei que não vou precisar de mais nada.
O que deixo para trás e é meu também não passa de uma cama grande e uma mota.
A minha cama é minha. E eu gosto muito dela. E tive de juntar dinheiro durante algum tempo para a comprar. Porque queria uma cama mesmo grande e boa.
A minha cama ficou no quarto que ainda é meu numa casa que já não é minha há algum tempo.
O sítio onde guardo as minhas coisas gosto de o pensar intocável. Não gosto que mexam nas minhas coisas.
Não gosto que me digam que a minha cama é mesmo grande sem que la esteja a dar permissao para que se deitem nela. Não gosto que me digam que o meu quarto está diferente sem que la esteja a dizer onde quero as coisas.
Hoje custou-me quando me disseram que o meu quarto está diferente. Custou-me pensar que o único sitio que ainda dava como intocavelmente (acho que isto não existe mas não interessa) meu afinal não é só meu.
Custa-me não saber para onde voltar.
Porque ir também é voltar.
Preciso de um património maior e em que só eu guardo a chave. É isso.
o meu sitio. que sei que terá de ser em Lisboa.

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