sexta-feira, 29 de julho de 2011

[É tão curto o amor, tão longo o esquecimento]

"Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,

e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo."

Pablo Neruda Dixit

[o todo num instante | corpo dado em jeito amante]

É Impossível Fazer Amor sem um Certo Abandono

"Mas é exactamente isso que é supreendente em ti: tu gostas de dar prazer. Gostas de fazer do teu corpo um objecto agradável, gostas de dar prazer com o teu próprio corpo: é precisamente isso o que os ocidentais já não conseguem fazer. Perderam completamente o sentimento da dádiva. Mesmo esforçando-se, não conseguem assumir o sexo como uma coisa natural. Além de terem vergonha do seu corpo, muito diferente do corpo das estrelas pornográficas, também não sentem uma verdadeira atracção pelo corpo dos outros. Ora, é impossível fazer amor sem um certo abandono, sem a aceitação, pelo menos temporária, de um certo estado de fraqueza e de dependência. Tanto a exaltação sentimental como a obsessão sexual têm a mesma origem, resultam ambas do esquecimento parcial do eu; é algo que não pode acontecer sem que a pessoa perca alguma coisa de si mesma. E nós tornámo-nos frios, racionais, extremamente conscientes dos nossos direitos e da nossa existência individual; primeiro que tudo, queremos evitar a alienação e a dependência; além disso, vivemos obcecados com a saúde e com a higiene: e não são essas as condições ideais para fazer amor".

Michel Houellebecq, in 'Plataforma'

é oficial.

"Se não a desejares com todas as tuas forças, se o cheiro dela não teimar em permanecer no teu cérebro, se não deres por ti perdido no caminho porque estavas a pensar nela e nem reparaste que a saída da auto-estrada era lá atrás, se não te imaginares a tocá-la ao mesmo tempo que tentas negociar o melhor spread com os tipos do banco, se não se te afigurar que não há outra igual no mundo, se não te questionares sobre o que andavas cá a fazer antes de ela existir, se não te sentires insignificante quando ela fala, se não te deslumbrares, se não te parecer sublime a forma como ela se move, se não te perturbares porque o telemóvel está silencioso e já passaram dez segundos desde que lhe mandaste a mensagem, se não te afogueares só porque ela sorriu para o empregado do restaurante quando encomendou o jantar, então, meu caro, é porque não estás apaixonado coisa nenhuma."

[Then fall apart in parts ]

“Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma.
(…)É preciso aceitar esta mágoa, esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução.
(…)Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado. O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.”




[Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume']

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Fico presa num mar de sensações. ha questoes na minha cabeça. andam rapido. sao questoes simples. sim ou nao. dá-me 5 minutos e as respostas. em breve desvanecer-te-ás. em breve seras apenas lembrança. uma tenue e doce lembrança. lembrança de alguem que nao quis ser marca mais funda no meu bau de memorias.

always better if you wait fo the sunrise

'cause the beat wil change your life.
o meu coração bate mais forte quando te olho. o meu coração bate mais forte quando te falo. o meu coração fica incontrolavel quando nos tocamos.
as minhas maos nas tuas. o teu toque no meu cabelo. o toque dos teus labios. e os teus olhos nos meus. Heartbeats.
o que é afinal isto que nos une? o que é afinal isto que me faz pensar que nao te quero mas querer-te sempre que estou contigo?
e o sol que começa a chegar. o tempo que chega ao fim. ficar contigo ate ser de manha e nao querer o amanhecer. saber que quando o sol nasce tu vais embora. quero que seja noite. sempre. so mais umas horas. so mais 5 minutos. um minuto. olha-me outra vez. heartbeat. beija-me. deixa o meu coração descontrolado so mais uma vez.
ainda te lembras como é. sei que ainda te lembras. sei que queres. nao vas. dá-me a mao. aperta-a com toda a tua força. sinto-te. quero sentir-te mais. quero sentir o toque suave dos teus labios outra vez. quero sentir o teu abraço mais puro. ja tens os meus braços.
quero-te. ate de manha. pode ser. quero-te. esta noite. quero-te. so mais um minuto.

quarta-feira, 20 de julho de 2011




e mais alem.

terça-feira, 19 de julho de 2011

[fatal drop]



Then fall apart in parts

quarta-feira, 13 de julho de 2011

I'm not finished loving you.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

[haunted home]




[our story]

Do you really want to see?
Because I'll let you in
With me


I belong to those who got shattered, battered
Bruises and scars that I've hidden and you could never heal
This grey house where I come from
Some great love will tear it down


[I disapointed you]


If you no longer love me why should it matter?

[and now you're gone....]

sexta-feira, 1 de julho de 2011

o que me traz aqui. nada. quase tudo




nada de mais. poderá ser isso. a não ser o facto de te ver nesta foto e ter uma vontade tremenda de estar ao teu lado. nao ter mais nada para fazer hoje e deixar-me levar por ti e pelas gargalhadas que soltamos pela noite dentro. eu e tu e o nevoeiro ligeiro que paira ao fundo perto da ponte. e eu e tu e o silêncio que nos diz exactamente tudo o que precisamos ouvir. eu e tu e a cumplicidade que nos mata. eu e tu e aquilo que dizemos durante horas. O que me traz aqui? nada de mais, talvez a saudade. ou essa palavra maravilha que existe em 2 linguas. O que me traz aqui? talvez o facto de ter-te falado enquanto dormia. lá fora existe uma cidade mas o cansaço é forte e a fome é muita. tanta que nao me apetece levantar para ir comer ou correr, nada apenas nada. é bom não ter nada. é bom não ter nada para fazer. ou não. não ter nada para fazer hoje leva-me a nao parar de pensar no que foi dito ontem. porque regresso aqui? porque tenho tanto para te dizer. Porque regresso aqui? por nada, por não ter nada para fazer. porque tenho-te muito para dizer mas nao tenho palavras, porque tenho muito para confessar mas nao tenho coragem. porque tenho muito para oferecer mas nao tenho como te dar nada. e porque aperta o coração quando me lembro de ti. muito. muito pequeno. muito encolhido. muito apertado. muito vazio. muito meu amor. muito. porque regresso aqui? porque há uma foto que não deixo de olhar. porque as memorias insitem em fazer-me lembrar-te e sentir-me cada vez mais incompleta. porque as memorias me atraiçoam os pensamentos. e os sonhos. a realidade. a imaginação. o meu eu. o meu tu. o que és tu? eu e tu. tu e eu e o suave toque. gostava que pudesse falar mais contigo. gostava de ter o teu cheiro ao meu lado. gostava de te ter ao meu lado. lado direito. lado esquerdo. on the top, behind, beyond..... adiante. eu e tu. por breves momentos. já sei porque regressei aqui. por ti.

what do you see?




determination, love, anger, hatred.

clichés.

O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com ...que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.