segunda-feira, 14 de novembro de 2011

confirma-se


nos dias 13 acontecem-me coisas. boas, más ou so diferentes. coisas.

hoje foi mais um.

e a sorte é que eu costumo gostar.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

01.01

"Talvez no protestar esteja o ganho ou se procure um talvez em cada pedaço de hipótese de coisa e então talvez o encontre. Queria agarrá-lo e dar-lhe uns toques de burilador e torná-lo perfeito. Ou deixá-lo cair então. A hipótese. O talvez. As ruas de Lisboa coincidem nestes dias com as bocas do mundo e das expressões mais utilizadas, caso se lançasse a sondagem à boca das turbas, seria: E a diferença? Fazemos e interessa fazer?

Sair para as ruas e sorrir e fazer dá mais do que achas para manter esta fornalha acesa e o Fogueiro não era combativo não - mas tu és. Ao fazer fazes a diferença, diariamente, e nada de paliativos de dias, mesmo com vontade de ser.



Começa hoje um livro de poesia, lança um projecto de tshirts, faz tardes temáticas de cinema e oficinas de cozinha indonésia em casa de amigos, tira um workshop de Vjing, faz-te à estrada, aventura-te, desencaminha-te. Faz-te. Faz."

8 vezes o numero 1.... nao podem haver so coisas a acabar, o infinito esta do meu lado (i hope!)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

- Porque é que me deixaste ir embora?
- Porque acho sempre que as coisas não vão resultar e então asseguro-me de que não resultam.

* Beginners

hoje podia ter escrito isto.

"O dia em que as coisas acabam
É um dia igual aos outros. De manhã o sol nasce e à noite põe-se e fica escuro outra vez. Os donos passeiam os cães de manhã, os pais deixam os filhos na escola, as pessoas esperam pelo autocarro e a manteiga está dura de estar no frigorífico, como sempre. Mas não é um dia igual aos outros, cá dentro não é. O mundo que continua a girar com a mesma velocidade e as mesmas rotações por minuto parece que está envolvido numa espécie de celofane, ou que saímos de casa com as borrachas para o barulho ainda nos ouvidos. A vida continua, mas parece que só lá ao fundo, quase irreal, como as imagens que passam nas salas de espera das urgências e a quem ninguém liga. O dia em que as coisas acabam tem 24 horas como os outros mas é uma espécie de maratona interminável. É o dia do nosso fracasso, um fracasso pior do que ter negativa na escola ou perder uma corrida ou queimar o jantar com convidados à mesa, porque é um fracasso que vem de dentro, que vemos só como nosso, mesmo quando não é e é pouco justo impor esse peso. É o dia em que queremos que falem connosco e nos façam esquecer este aperto no peito, ou então que fiquem calados, porque dói se disserem coisas tristes, e dói se disserem coisas felizes. É o dia em que sentimos que estamos a andar para trás mesmo quando as pernas andam para a frente, e como não somos caranguejos não conseguimos evitar ficar ainda mais, um bocadinho mais tristes. Dizem-nos que é o primeiro dia das nossas vidas, mas enquanto acontece parece só um grande, enorme, baixar de braços."

RiL

Deep in my heart I know its right, but my enemies try to break me. I wont give up without a fight I got to keep on pressing on.

I will hold on to you like a fool till my hands go blue



How...

é que, é mesmo isto.

“Eu não quero que seja pra sempre, nem que seja certo. Só quero que seja.”

Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

coisas de menina.

contar os segundos entre o relâmpago e o trovão.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

you will.



I drove for miles and miles
And wound up at your door
I've had you so many times but somehow
I want more


It's not always rainbows and butterflies
It's compromise that moves us along, yeah
My heart is full and my door's always open
You can come anytime you want

I want to make you feel beautiful

[Look for the girl with the broken smile

Ask her if she wants to stay awhile]
as vezes. nao sei. é do frio. sim, talvez seja disso. o frio deixa a melancolia apoderar-se de mim, talvez por causa dos casacos e cachecois que nos tapam a pele e que permitem que os sentimentos se cheguem mais ha pele sem serem desvendados. ficam ali todos presos, e como esta frio ate podemos andar com uma cara seria. é isso, é do frio.

o sol de inverno fazia-me falta. ha dias assim.
vou enrolar-me nos casacos e cachecois para deixar a melancolia bem quentinha que para frio ja chega la fora.
é isso, é do frio.

were made for breaking.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

"O amor é sempre uma anormalidade que provoca graves atrasos mentais"

No Amor Começa-se Sempre a Zero Fazer um registo de propriedade é chato e difícil mas fazer uma declaração de amor ainda é pior. Ninguém sabe como. Não há minuta. Não há sequer um despachante ao qual o premente assunto se possa entregar. As declarações de amor têm de ser feitas pelo próprio. A experiência não serve de nada — por muitas declarações que já se tenham feito, cada uma é completamente diferente das anteriores. No amor, aliás, a experiência só demonstra uma coisa: que não tem nada que estar a demonstrar coisíssima nenhuma. É verdade — começa-se sempre do zero. Cada vez que uma pessoa se apaixona, regressa à suprema inocência, inépcia e barbárie da puberdade. Sobem-nos as bainhas das calças nas pernas e quando damos por nós estamos de calções. A experiência não serve de nada na luta contra o fogo do amor. Imaginem-se duas pessoas apanhadas no meio de um incêndio, sem poderem fugir, e veja-se o sentido que faria uma delas virar-se para a outra e dizer: «Ouve lá, tu que tens experiência de queimaduras do primeiro grau...»

Pode ter-se sessenta anos. Mas no dia em que o peito sacode com as aurículas a brincar aos carrinhos-de-choque com os ventrículos, Deus Nosso Senhor carrega no grande botão «CLEAR» que mandou pôr na consola consoladora dos nossos corações. Esquece-se tudo. Que garfo usar com o peixe. Que flores comprar. Que palavras dizer. Que gravata com que raio de casaco hei-de usar? Sabe-se nada. Nicles.
Olha-se para as mãos e parece uma cena de transformação dum filme de lobisomens — de onde outrora havia aqueles dedos tão ágeis e pianistas, brotam dez abortos de polegares. E o vinho entorna-se só de pensar nisso. E as solas dos sapatos passam a atrair magneticamente todos os excrementos caninos da cidade. E a voz que era toda FM Estéreo da Comercial quando vai para dizer «Gosto muito de ti» fica repentinamente Abelha Maia.
Tenha-se 17 ou 71 anos, regressa-se automaticamente aos 13 — à terrível idade do Clearasil e das sensações como que de absorção. Quem se apaixona dá mesmo saltos no ar e diz «Uau!» quando o Pai deixa usar a pasta de dentes dele. Qual «ternura dos quarenta», qual bota da tropa cheia de minhocas! O amor é sempre uma anormalidade que provoca graves atrasos mentais.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas'

night time.

sábado, 5 de novembro de 2011



moving on. moving fast.
I am Lost.

um vaso vazio.




partiu-se.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada um,
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.

Fernando Pessoa
“O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esperança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte -
Os beijos merecidos da Verdade.”

Fernando Pessoa

terça-feira, 1 de novembro de 2011

please.



give me a little respect.