Sinto-me em “banho maria”. A viver os dias muito
tranquilamente. a espera de nem sei bem
o que.
Simplesmente vou. Devagar. Com Lisboa no pensamente claro. Mas
a aproveitar a liberdade que os (poucos) dias de terra me dao. E a aprender a
viver o mar com a calma que so ele me consegue dar.
Vou. Devagar. Com ela no pensamento. E em todo o lado. Vou. Devagar.
Talvez para tentar disfarcar o nervosismo que vai ca dentro sempre que a penso.
Vou. Devagar. Porque o meu coracao bate sempre demasiado rapido. Vou. Devagar. Tenho
de aprender a ter mais calma.
Devagar. DE-VA-GAR. D.E.V.A.G.A.R
D
E
V
A
G
A
R
As vezes tambem e preciso, Rita.
sexta-feira, 20 de março de 2015
Hoje começa a Primavera. E eu não sei em que estação estou. Acho que no mar nao ha disso. 3 meses e volto. [conto ate três se quiser ser feliz] Na Primavera Lisboa fica linda. Lembro-me sempre. As cores. As flores. A Avenida e os passeios a pé. A minha mota. As escapadelas ate à praia para ver se ja esta calor suficiente para um mergulho. Lembro-me de Lisboa e sorrio. É bom sentir isto por um sítio. É bom saber que ha para onde quero mesmo voltar. A primavera esta ai e eu aqui nem sei que estação é. Três meses e abraço-te, minha Lisboa. Conto ate três. Hei-de te amar...
e ao 6o dia de mar acho que este barco ja virou hospício.
ja ninguém se aguenta. Ja não da para inventar mais que fazer, ja não da.. E ainda falta.
we're all mad here. Oficially.
sexta-feira, 13 de março de 2015
2 meses depois. Do outro lado do mundo. As horas mudam sem ter noção. Deixam-me ainda mais perdida. As pessoas são sempre as mesmas. 2meses e so penso em Lisboa. E nas pessoas que la também não mudam. E tento pensar que nao vale a pena apressar-me a chegar. Elas vão estar la. Hoje. Amanha. Daqui a 2 meses. O mundo é lindo. E maior do que esperava. Ou nos é que andamos de facto devagar. Tenho aprendido que devagar também é bom. Da-nos tempo para apreciar. Pensar. Por as ideias no lugar. E baralha-las. Outra e outra vez.
Nao consigo pensar direito aqui. É um turbilhão. Uma mistura tao grande que acaba sempre em Preto. "preto é a mistura de todas as cores", disseram-me um dia. Espero um dia ter as cores todas. Separadas e resolvidas. Cada uma com o seu lugar. Full of colours. Vem ai a primavera. Mas aqui é outono. Ou verão. Nao sei já.
para uns tao rápido. Para outros tao devagar.
de 108 dias para 27.
por instantes odiei esta pessoa. Depois pensei melhor, e de facto cada um tem o seu tempo. Nao ha nada a fazer.
o meu tempo precisa ser este. Precisava abrandar. Sempre me habituei a tudo. Rápido.
de 27 a 108.
a minha volta ao mundo é diferente.
é também uma volta a mim mesma e à forma como olho para o meu mundo.
mas isso já é outra história.
um dia pode ser que de uma volta ao mundo em menos tempo.
mas por enquanto, estou bem assim.
Sabes, contigo não me importo ir devagar. esperar. apreciar. parar. Respirar. Ouvir. Contigo quero ter tempo. Quanto mais tempo melhor. Quanto mais devagar melhor. Contigo sinto que a vida não chega. Talvez por ainda não te ter nela. Contigo é preciso sempre mais um bocadinho. Contigo quero sempre mais um bocadinho. Um minuto. Ou dois. De cada vez. A vida toda. Talvez. Devagar. Temos a vida toda
.
É uma ansiedade descontrolada, um suspiro demorado e um sorriso contínuo. Ser feliz é abraçar o incerto e fazer dar certo. É estar longe mas se sentir perto
Hoje fui-me abaixo.e deixei-me ir.
Chorei compulsivamente durante meia hora, ou mais.. Nao sei.
Depois parei e fui correr meia hora numa máquina que já me conhece os passos. Corri mais rápido hoje. Como se conseguisse fugir para mais longe ao correr mais rápido. Mas fiquei no mesmo sítio. Em frente a um espelho que nao me conhece. Onde nao me conheço.
Fui-me abaixo. E deixei-me ir.
Porque as vezes preciso de me sentir bem la no fundo, para perceber que ha sempre uma saída. Um lado menos mau.
Amanha chego à Austrália. Era aqui que queria chegar. Foi para chegar aqui que vim. E no dia antes vou-me abaixo. Nao pode ser tudo como queremos.
Na minha vida tenho percebido bem isso. Nada é como se quer. Ou quando se quer. Na verdade acaba por ser aquilo que quero. Mas não era bem assim que tinha pensado que seria.
Sou uma insatisfeita. Isso sim.
Mas não me importo, porque é isso que me faz continuar a mexer. Uma procura infinta. Se calhar é só esse o meu infinito.
O infinito da procura.
O infinito da insatisfação.
Quero continuar a acreditar que nao...
Mas hoje vou deixar a dúvida continuar a apoderar-se de mim. E as lágrimas continuarem a cair. Amanha chego à Austrália. E ja nao sei onde quero chegar.
Vou correr mais um bocado para libertar as lágrimas que nao me cabem nos olhos. Que já nao sabem cair, de tanto que as prendo ca dentro.
Hoje liberto as lágrimas. Amanha chego à Austrália. Ja tinha dito que era só para chegar aqui que ca estou?